Por Hélio Peixoto
A palavra do momento é inovação. Como é possível transformar um mercado? E um produto? Criar o próximo iPhone? Melhorar um setor na empresa? Tudo pode ser respondido com inovação. Diversos conteúdos nos traz cases citando a Kodak, Xerox e Blockbuster, como empresas que faliram por não inovar, além de cursos citando a capacidade de inovação como uma das principais soft skills para o mercado de trabalho.
Definitivamente, a inovação pode ser essencial para as respostas das perguntas e um dos motivos primordiais para a falência das empresas citadas. Porém, existe um ponto que pouco é falado, mas pode explicar melhor o sucesso ou o fracasso de uma marca ou um produto: saber sair (e como sair) do mercado.
Geralmente, uma empresa retira um produto quando há problemas relacionados a ele, afinal, o custo de inserção e produção foi tão grande que não há sentido em tirar de prateleira quando a dor não é gerenciável. A questão é: se você espera até esse momento, a perda pode não ser apenas financeira, mas também para o valor da marca, mesmo quando um produto foi inovador e excedeu suas expectativas por décadas.
Além disso, a questão financeira é a mais óbvia, por isso deve se ter cuidado com o valor da marca. Situações em que o produto não representa mais os valores da empresa ou se choca com as diretrizes da companhia devem ser levadas em consideração para a tomada de decisão, pois afetam também a expectativa dos clientes. Mas, como de fato decidir se está na hora de retirar um produto do mercado?
Os autores do livro “The Lean Product Lifecycle” identificaram alguns pontos-chave que precisam ser considerados para chegar na decisão final. Os pontos são importantes para análise de risco e impacto do veredito, mas lembre-se dos clientes, da marca e da situação financeira.
Dito isto, alguns dos pontos mais importantes são:
- Identifique serviços que possam ser dependentes do seu produto e se você possui alguma obrigação contratual acerca dele;
- Certifique-se de ter um suporte preparado para a crescente demanda com a retirada do produto;
- Comunique a intenção de retirada para os stakeholders;
- Aloque o conhecimento e o recurso desse produto para outras áreas da sua empresa;
- Seja transparente com os ativos que você possui atrelado ao produto. Por exemplo, diga ao cliente o que vai fazer com seus dados;
- Faça as contas de quanto irá lhe custar;
- Há outro produto seu que possa ser oferecido como alternativa àquele retirado?
- Existe a opção de remodelar o produto?
Esse último ponto é o mais atrelado à inovação. É a alternativa que todos imaginaram para a Blockbuster virar a Netflix. E, novamente, a inovação é parte primordial na manutenção de um produto. Só deve ser levado em conta que essas empresas não iriam à falência se soubessem quando deveriam ter retirado o seu produto do mercado e, por ventura, até encerrar as atividades da empresa. Isso não é demérito algum, é visão estratégica.
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