Comodismo Industrial: enxugar demais têm deixado as indústrias menos competitivas

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3 min readOct 7, 2020

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Por Daniel Costa de Almeida

Após realizar reuniões e entrevistas com gestores de 20 das maiores indústrias de Pernambuco, percebi que talvez alguns ajustes devam ser feitos na maneira como lidam com seus processos e aplicam as filosofias de melhoria (lean, WCM…). O que é curioso, é que muitas grandes indústrias não seguem uma filosofia única e estruturada de melhoria de seus processos, e mesmo quando seguem, focam em resoluções de problemas imediatos, tomando medidas corretivas a partir de sintomas já bastante evidentes, além claro, de existirem diversos problemas que não são resolvidos - simplesmente - por falta de pessoal disponível para fazê-lo. Mais curioso ainda, é que a causa desse tipo de situação acontecer com tanta frequência, é justamente pela má aplicação de um dos principais pilares da filosofia Lean: a redução de custos e desperdícios.

Enxugar processos é um dos principais objetivos da filosofia, que inclusive categoriza as perdas em 8 pontos: Defeitos, Espera, Transporte, Estoque, Movimento, Processamento Excessivo, Superprodução e Conhecimento (Pessoas). Mas numa tentativa de reduzir ao máximo os custos, acaba acontecendo uma superalocação de responsabilidades para os poucos profissionais contratados, que acabam ficando sobrecarregados com a operação e problemas do dia a dia, e não conseguem resolver tudo da melhor maneira possível e nem focar em melhorias estratégicas e de longo prazo para a empresa.

Muitos desses problemas que não são resolvidos por falta de pessoal disponível são conhecidos pela gestão, e com frequência, têm potencial de retorno grande. Alguns problemas já não são tão evidentes, porém com a alocação de outros tipos de profissionais (estatísticos, desenvolvedores e designers por exemplo), poderiam ser identificados e resolvidos rapidamente, pagando com folga o investimento na sua contratação. Mas como o foco da maioria das empresas é na redução do custo com pessoal, grandes oportunidades de melhoria são perdidas, tornando as empresas simples operadoras de processos ultrapassados e resolvedoras de problemas que já estão causando grandes prejuízos. Isso gera um movimento que gosto de chamar de “Comodismo Industrial”, no qual a visão do amanhã é substituída pela pressa de resolver os problemas de ontem. E assim o “4.0” é adiado continuamente.

Comodismo Industrial: Quando a visão do amanhã é substituída pela pressa de resolver os problemas de ontem.

Toda indústria gera um volume enorme de dados…que deveriam ser analisados.

Uma outra coisa que fica bastante evidente nas indústrias brasileiras, é que existe um tipo de desperdício que não é devidamente apresentado na metodologia lean, e até me atrevo a dizer que deveria ser incorporado como um nono tipo de desperdício: DADOS. É claro o quanto as indústrias negligenciam a gestão de dados dos processos produtivos, restringindo-se a coletar poucas informações de produtividade e indicadores principais, mas não há uma estratégia bem definida para lidar com os dados gerados e nem ferramentas de coleta, armazenamento e análise bem definidas. Muitas empresas simplesmente jogam fora os dados da produção a cada mês de coleta, informações essas que se fossem analisadas, poderiam trazer melhorias substanciais, com ganhos até milionários. Mas os gestores insistem em adotar abordagens extremamente enxutas, que envolvem altos custos de oportunidade que não são levados em consideração e nem entendidos.

Para mudar esse cenário dentro das empresas, é fundamental que a filosofia Lean esteja conectada às estratégias de longo prazo, para que investimentos que as vezes não trazem resultados imediatos, as tornem extremamente competitivas no futuro. É necessário entender o potencial da gestão de dados bem feita, e incorporar isso no dia a dia, para que deixemos de focar na correção, e passemos a entrar no mundo da predição e estratégia.

Entendo que essas mudanças não ocorrem da noite para o dia, e foi por isso que a STEPPS desenvolveu metodologias e ferramentas para auxiliar as empresas na gestão e análise dos seus dados, para que consigam, sem precisar contratar novos funcionários, explorar todo o potencial de seus processos. Com isso a cultura de relacionamento com tecnologia pode ser implementada aos poucos e com resultados perceptíveis no curto prazo, até que consigamos estruturar uma estratégia sólida e contínua de melhoria. A filosofia Lean precisa se adaptar à nova realidade, e estamos aqui para ajudar as indústrias a evoluírem cada vez mais.

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Otimizando processos para redução de desperdícios.

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